A epilepsia canina, apesar de ser uma condição relativamente comum, ainda é desconhecida de muitos tutores.
A falta de informação pode levar a um diagnóstico tardio e a um tratamento inadequado, prejudicando a saúde e bem-estar dos cães.
Neste artigo pretendemos desmistificar a epilepsia canina e fornecer indicações claras e precisas sobre esta doença. Além disso, pretende-se orientar os tutores a lidar com as crises e a oferecer os melhores cuidados aos patudos.
Venha connosco e descubra mais sobre a epilepsia canina!
A Epilepsia é uma patologia neurológica que resulta do desequilíbrio da atividade elétrica e da transmissão de estímulos de grupos de neurónios de certas partes do cérebro.
Assim, se um patudo tiver pelo menos dois ataques epiléticos com mais de 24 horas de intervalo, pode ser diagnosticado com epilepsia canina.
Contudo, um ataque epilético pode ser um sintoma de outro problema de saúde, que pode ser manifestado através deste estímulo.
Existem, ainda, poucos estudos nesta área o que leva os investigadores a assumirem que esta condição advém do desequilíbrio entre a excitação e a inibição neuronal. Assim, existe um efeito estimulante causado pelo glutamato monossódico ou pelo aminoácido aspartato.
São inúmeras as doenças que podem causar epilepsia canina. Nesse sentido, a comunidade veterinária distingue a epilepsia entre duas formas da doença, epilepsia sintomática e epilepsia idiopática.
Esta forma da doença pode ser desencadeada por diversas patologias, como são exemplos, traumatismos, tumores, problemas no fígado e rins, infeções e inflamações. Além disso, intoxicações ou níveis de açúcar no sangue baixos, podem também dar origem da epilepsia sintomática.
A epilepsia idiopática é a mais comum entre os patudinhos. Normalmente afeta animais entre o um e os cinco anos. Assim, a manifestação da doença pode começar com longos intervalos de tempo, aumentando a sua frequência e intensidade. Raças como schnauzer, cocker spaniel e caniche são das mais afetadas por este tipo de epilepsia.
Dias ou horas antes de uma crise de epilepsia canina o patudinho apresenta alguns comportamentos incomuns. Assim, a maioria dos ataques epiléticos são antecipados por atitudes como, inquietação e ansiedade, movimentos estereotipados, como andar de um lado para o outro ou lamber-se exageradamente. Além disso, a salivação excessiva ou vómitos podem ser sinais de alerta.
Com o aproximar da crise os seus bichinhos podem vivenciar sintomas mais severos como quedas repentinas, convulsões tónicas, desmaios ou alucinações.
As crises epilépticas variam de nível de gravidade e de sintomas, de acordo com a sua duração. Contudo, existem dois tipos aos quais deve prestar especial atenção:
Status epilepticus –Este tipo de ataque dura mais de cinco minutos e com dois ou mais ataques sucessivos, dos quais o patudo pode não recuperar a consciência.
Nestes casos é urgente que recorra a ajuda médica, sendo que a vida do seu bichinho pode estar em risco.
Crise salivar- Denomina-se crise salivar a ataques epiléticos que ocorram duas ou mais vezes num período de 24 horas. Nesse sentido, se a frequências das crises aumentar deve consultar um médico veterinário para ajustar a medicação.
O diagnóstico da epilepsia canina é efetuado através de exclusão. Primeiro, o veterinário recolhe informações importantes sobre a saúde geral do patudo. Assim, esclarecer o médico sobre administração medicamentosa, ingestão de produtos tóxicos ou predisposição genética pode acelerar o diagnóstico.
Para além, dos exames gerais, o médico realiza análises ao sangue, radiografia torácica e abdominal e ressonâncias magnéticas. Por fim, é analisado o líquido cefalorraquidiano e é efetuada uma eletroencefalografia.
Por muito assustador que a epilepsia canina seja, não há muito que um tutor possa fazer para ajudar o patudo no momento da crise. Caso o bichinho apresente indícios de episódio epilético iminente, o tutor deve levá-lo para um local tranquilo, espaçoso e plano para que a probabilidade de se magoar seja reduzida. Assim, é de evitar puxar a língua ao patudo, uma vez que o animal não controla os maxilares nesse momento. Após a crise epiléptica o tutor deve deixar recuperar calmamente e naturalmente o patudo e depois deslocar-se com o mesmo a uma clínica veterinária.
A epilepsia canina é uma condição que requer a atenção do tutor para um diagnóstico preciso. Assim, observar e anotar alguns detalhes, como a frequência e duração das crises, mudanças de comportamento e alterações nos hábitos dos patudos é fundamental. Estas informações em conjuntos com exames complementares solicitados pelo veterinário, ajudam a confirmar o diagnóstico e a descartar outras causas, como infeções e tumores.
O tratamento, geralmente com medicamentos anticonvulsivantes, visa reduzir a frequência e a intensidade das crises, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida dos patudos.
Por fim, é importante compreender que nem todos os cães epiléticos necessitam de medicação e que a decisão sobre o tratamento deve ser tomada apenas por um especialista. O trabalho em equipa entre tutor e médico veterinário é crucial para a prevenção e tratamento da epilepsia canina.
A epilepsia canina, especialmente a idiopática, ainda é um mistério quanto à sua causa, e consequentemente, à sua prevenção. Contudo, especialistas acreditam que possa existir uma grande componente genética, porém, não existe forma de evitar as crises.
É importante diferenciar a epilepsia de outras condições que podem causar convulsões. Nesse sentido, fatores como toxinas, doenças metabólicas e tumores podem levar a crises epilépticas secundárias. Assim, um diagnóstico preciso é fundamental para um tratamento adequado.
A observação do comportamento do patudo é a chave. Qualquer alteração ou crise convulsiva deve ser levada com relevo e o bichinho deve ser avaliado por um médico veterinário. A deteção precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente a qualidade de vida de cães portadores de epilepsia canina.
Em suma, a epilepsia canina é uma doença que afeta patudos de todas as raças e que pode ter diversas causas, como a genética ou outras doenças. O fator chave para prevenir esta doença é a atenção e cuidado do tutor. Apenas essa atitude pode melhorar e salvar a vida do seu patudo!