Certamente já ouviu falar da doença diabetes e no impacto que tem na vida de qualquer ser humano. Mas e se lhe dissermos que o seu patudo também pode sofrer com esta doença? Sim, os animais de companhia podem ser afetados por distúrbios metabólicos que causam aumento nos níveis de glicose no sangue. Dentro dos animais de companhia, cães e gatos são diagnosticados com mais frequência com esta patologia. Ao longo deste artigo, abordaremos a Diabetes Mellitus, quais os sintomas mais comuns e como prevenir esta doença no seu amiguinho de companhia. Acompanhe-nos e descubra como proteger o seu felpudo!
Estudos indicam que existe uma grande percentagem de animais de companhia que sofrem da diabetes. Não é uma patologia rara, porém, é natural que não reconheça os sintomas desta doença, tal como muitos outros tutores.
A Diabetes Mellitus é muito semelhante à doença manifestada nos humanos, ou seja, o organismo deixa de produzir insulina ou produz uma quantidade insuficiente. Esta patologia é considerada uma das doenças endócrinas mais comuns em cães e gatos. A hiperglicemia deve-se, na grande maioria dos casos, à insuficiente produção de insulina. Assim, se a glicose não for utilizada pelo organismo do seu patudo, vai acumular-se no sangue.
A Diabetes Mellitus do tipo 1 é considerada o tipo mais comum da diabetes em cães e esta depende exclusivamente do tratamento com insulina. Já no caso dos gatos, o tipo mais predominante é o tipo 2, não dependendo apenas de insulina no contexto de tratamento.
O seu animal de companhia pode desenvolver esta doença de forma silenciosa durante um longo período, sem que perceba, uma vez que os sintomas podem passar por comportamentos comuns. Assim, alguns dos primeiros sinais podem ser o aumento do apetite, o aumento de ingestão de água, também denominada por sede excessiva, o aumento da eliminação urinária, perda de peso, letargia, problemas no pelo e redução da imunidade. Numa fase mais avançada da doença podem surgir problemas oculares como, por exemplo, cataratas que, em situações graves, podem levar à cegueira dos cães e neuropatia periférica nos gatos. Esta pode provocar fraqueza nos membros posteriores do seu gato, alterações na marcha e dor. Por todas estas razões, o diagnóstico precoce dos seus amigos patudos é muito importante e pode salvar vidas!
A Diabetes Mellitus manifesta-se de forma diferente de espécie para espécie, tendo alguns fatores que podem favorecer o seu aparecimento.
Desta forma, nos cães é mais frequente em animais de meia-idade e idosos, maioritariamente fêmeas. Mas não fica por aqui, outros fatores de risco importantes são a genética, a obesidade, a pancreatite, presença de doenças do âmbito endócrino, medicação que interfira na ação da insulina, infeções generalizadas e doenças cardíacas e/ou renais. Mesmo com todos estes fatores, existem raças de cães que demonstram mais predisposição para a doença e, nesse caso, deve aumentar a vigilância. Assim, se é tutor de um Terrier Tibetano, Yorkshire Terrier, Caniche miniatura, Lavrador Retriever, entre outros, deve redobrar os seus cuidados e visitar regularmente o seu médico veterinário.
Em relação aos gatos, a diabetes manifesta-se em animais idosos e machos. Contudo, as gatas esterilizadas apresentam maior risco para o desenvolvimento desta patologia.
Tal como nos cães, os fatores predisponentes são a genética, a obesidade, a administração de medicação que influencia na ação da insulina e doenças do foro cardíaco e/ou renal. Felpudos com baixa atividade física ou diagnosticados com hipertiroidismo e pancreatite crónica, são um alvo fácil para a diabetes.
A Diabetes Mellitus, sendo uma patologia silenciosa, pode ser difícil de prevenir. No entanto, o diagnóstico precoce pode facilitar o controlo e monitorização da doença, atrasando complicações inerentes à diabetes. É essencial seguir alguns comportamentos fundamentais para melhorar a vida dos seus patudos, tais como idas regulares ao seu médico veterinário, procurar ajuda caso suspeite de algum sinal ou note alterações de comportamento do seu animal de companhia, garantir uma alimentação saudável e em quantidades adequadas e estimular o exercício físico regular e controlado, de forma a evitar a obesidade.
Apesar da diabetes não ter cura pode ser tratada com sucesso e, para isso, é crucial que acompanhe e crie as condições ideais para o seu amiguinho de quatro patas. Tal como nos humanos, o tratamento inclui administração de insulina ou medicamentos antidiabéticos por via oral, de forma a controlar os níveis de glicose no sangue. É de extrema importância que ajuste a dieta do seu patudo e aumentar ou introduzir atividade física no seu dia-a-dia.
Desta forma, existem três pilares que deve ter em conta no tratamento da diabetes:
Em fases mais evoluídas da doença existe a necessidade de administração de insulina. Porém, os animais de companhia não respondem à medicação oral tal como os humanos. Por este motivo, siga as indicações do seu médico veterinário em relação às quantidades, administração e frequência. Caso administre uma quantidade errada de insulina, o seu patudo pode entrar numa crise hipoglicémica, resultando num estado de letargia. Nestas situações deve alimentar o seu amiguinho de quatro patas com uma pequena refeição e contactar o seu médico veterinário de imediato.
Assim como o tratamento com insulina, deve respeitar a dieta e hora da refeição do seu animal. Alimente-o três a quatro vezes por dia, conforme as indicações do seu médico veterinário, dependendo do esquema de administração da insulina. Evite uma alimentação livre e priorize uma alimentação com alto teor em fibra, por forma a minimizar o aumento de açúcar no sangue.
Este é um dos comportamentos essenciais no combate e controlo da diabetes. Não há restrições quanto à atividade física, contudo, é aconselhado que o exercício físico seja moderado e consistente, de modo a manter o nível de insulina os mais estável possível.
Em suma, a Diabetes Mellitus é uma patologia que pode aparecer silenciosamente em animais de companhia. É necessário que esteja atento e inclua bons hábitos no quotidiano do seu amiguinho, evitando e controlando esta doença, que em casos muito graves pode ser letal. Cuide dos seus patudos com amor e cuidado e mantenha-os longe da diabetes!